9.1.10

Mas... (Parte IV - Final)


- Eu sei que você não liga pra isso, mas custa ir à festa. Pela sua mãe!

- Vinícius, não adianta discutir. Você vai me dar cobertura e pronto!

- Sabia que tenho amor à vida? Diferente de você...

- Mas pra quê serve tudo isso? Minha mãe podia fazer uma festa pra ela. Agora, eu? Ah, obrigada! Recuso-me a participar desse teatro.

- Por que você não pede pro Dougie?

- Hã?! Aquele tapado não sabe mentir. Sem te chamar de mentiroso, ok?!

- Ta bem. Tu sabe que eu gosto de uma aventura, né?! Mas será que eu não posso conversar com a tua mãe pessoalmente. Quero só ver a cara da tia na hora que eu der a notícia. Ha! Ha! Mó barato!

- Isso, isso! Divirta-se enquanto o seu lobo não vem...

Era simples. Só mais alguns dias e eu poderia finalmente sair desse mundo todo cor-de-rosa e bordado por mãos de fadas. Não teria mais o tédio da minha mãe pegando no pé por causa das calças rasgadas, da música no último, dos livros macabros e das camisetas largas. Desfrutar da liberdade e só querer uma coisa nem tão simples assim: mudar o mundo!

Conseguir um emprego na antiga agência de publicidade que meu pai trabalhava tinha sido mais do que uma vitória, mas uma conquista que me fez pensar que mais importante do que uma festa de debutante mimada, é lutar por um ideal muito mais carente de adeptos do que uma diversão com amigos nada presentes!

Meu presente de aniversário seria algo além de camisetas bonitinhas, kits de maquiagem, LP’s de bandas populares e canetas fofas. Seria poder viver no mundo, para o mundo e com o mundo!

Adeus passado!

Devo dizer que exatamente às três horas do dia vinte e três de novembro de mil novecentos e setenta e três, meu pai foi me buscar no portão de casa. Era o dia do meu aniversário e seu presente para mim foi me levar até São Paulo, onde eu começaria a lutar por um Brasil livre da ditadura militar.

Vivi sem mãe desde os quinze anos e não posso dizer que me arrependi. Pois hoje eu não estaria aqui para contar a vocês como um adolescente pode salvar o mundo. Porque afinal, adolescentes também pensam!




Não viu o conto inteiro?
Parte I
Parte II
Parte III

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Finalmente, ou não, chegamos ao fim desse conto!
Espero sinceramente ter surpreendido vocês. Se perceberem, a playlist que eu coloquei no post passado tinha a ver com o estilo de música da nossa personagem principal. E as bandas são as da época em que se passa a história!
Deixem seus comentários, por mais simples que sejam. Só assim saberei a real opinião pelo meu texto!!




Ps.: Dessa vez estou sem foto. O upload está demorando muito. Edito a postagem qualquer hora dessas...

9 comentários:

Mariana D. disse...

Realmente surpreendeu, quem diria no inicio que a menina de boa vida participaria da luta contra a ditadura militar. Muito bom, Joy.
Bjos

Bárbara disse...

Nossa Joycee, esse final foi totalmente inesperado, ficou ótimo, eu amei sério! Você é muito talentosa, parabéns!

Layla Barlavento disse...

Me segurei pra não postar nas outras partes. Fiz de propósito visse? rsrsrs. Como sempre me surpreendeu bastante! Parabéns! Não pare de escrever nunca! Espero que esse seja o primeiro de muitos que leremos por aqui!

Beijos na alma!
Layla Barlavento
culpadowalter.blogspot.com

Fernanda Zanol. disse...

ai, ficou muito legal essa história! Adorei.
O final então, ficou demais!

bjobjo ;**

Paula Sabrina * disse...

Nossa! Jogar o conto pra 1973!?
Só grandes escritores devem ser capazes de fazer coisas do tipo...

Eu ainda estava esperando algo como ela aceitar a festa e perceber que não era uma frescurisse e que as coisas realmente poideriam ter um significado mágico pra ela...

Mas ficou mais do que muito bom Joy. Parabéns!

Bjs,
Até

Paula Sabrina * disse...

Nossa! Jogar o conto pra 1973!?
Só grandes escritores devem ser capazes de fazer coisas do tipo...

Eu ainda estava esperando algo como ela aceitar a festa e perceber que não era uma frescurisse e que as coisas realmente poideriam ter um significado mágico pra ela...

Mas ficou mais do que muito bom Joy. Parabéns!

Bjs,
Até

Eri disse...

Cara!
Primeiro! Desculpa por demorar pra responder, é que minha internet me odeia e eu fiquei um tempão sem pegar no pc! mas voltei! E Valeu por passar lá no detesto e avisar! Peguei a terçeira parte e a final!
Gostei! Gostei muito do final! Ia ser mara se vc contasse todas as aventuras que ela teve depois que ela foi embora! Ela era alguém que queria mudar o mundo e ser livre! admiro muito! parabéns!

fatoSempalavras disse...

Surpreendeste todos que aqui vêm com esse final maravilhoso e intrigante.

Sensacional, Joyce.

Gostei muito mesmo.

Incontáveis abraços.

Thainá Vivas disse...

Li o conto inteiro e não me surpreendi com o que escreveu. Eu sei que vc é maravilhosa com as palavras, já foi mais do que provado isso. Adorei o conto como adoro tudo que o escreve. =D
Bjos mil!